Diário de um Jovem Depressivo
Ansiedade e depressão
quinta-feira, 21 de março de 2024
Readaptações
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024
Perguntas que eu gostaria que fossem respondidas após a minha morte
domingo, 31 de dezembro de 2023
Retrospectiva 2023
- Estou estável financeiramente, porém, ainda estou um pouco aquém de como acho que deveria estar. Gastos com meus pais estão cada vez mais altos.
- Um ano morando sozinho. A independência é uma das melhores coisas que o homem pode ter.
- 2023 foi, sem dúvidas, um ano que tive muitas crises. Tive muito mais crises do que nos anos anteriores e de forma menos espaçada.
- Mesmo fazendo exercícios regularmente, não consigo mais emagrecer. Preciso fechar a boca, mas é difícil.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2023
Um ano morando sozinho
Já se passou um ano desde que saí da casa dos meus pais e comecei a morar sozinho definitivamente. Digo "definitivamente" porque cheguei a fazer isso por alguns meses, em algumas ocasiões, mas nada definitivo. Pois bem, aqui estou eu, no meu "escritório", na minha cadeira, comendo a comida que eu fiz. O que eu tenho achado disso? Acho que isso veio com bastante atraso.
Eu gosto muito de morar sozinho. Gosto de ter liberdade para fazer tudo o que quero, andar e me vestir da maneira que acho melhor, de não ser acordado ao som de vassouras batendo nos móveis e, acima de tudo, de me sentir um ser que não é um peso morto para as pessoas. Ser independente me dá mais ânimo para viver, isso é nítido para mim.
Além disso, hoje tenho a plena certeza de que minha família teria tido uma história muito melhor se meus país tivessem se divorciado ao invés de levarem um casamento ruim. A vida conturbada do relacionamento dos meus pais acabou afetando (e muito!) minha vida e a vida dos meus irmãos. A maioria de nós já é independente, vive a própria vida e isso só melhorou nossos vínculos. No final das contas, o que nós precisávamos era de espaço. Precisávamos de espaço para sarar algumas feridas, repensar algumas coisas que aconteceram nas últimas décadas e sermos um pouco mais "nós mesmos". Acho que ser independente, e saber que o outro também é, faz com que a relação familiar seja mais amistosa. As pessoas ficam mais próximas porque assim desejam e não porque há uma relação de dependência.
Enfim, comecei falando sobre morar sozinho e acabei falando somente sobre como é bom ficar fisicamente longe da minha família. Acho que os desafios de morar sozinho ficam para uma outra hora.
segunda-feira, 15 de maio de 2023
Quase 9 anos de blog
Recentemente, conversando com alguém, me dei conta de que já se vão quase nove anos de existência desse blog. A existência dele não tem a menor importância, visto que uma parcela mínima da internet já passou por aqui e minhas postagens não contribuem com nada, é só que tirei um tempo para reler várias delas, de 2014 até hoje. É muito tempo, há nove anos atrás eu ainda era um jovenzinho confuso. Continuo confuso? Sim, mas estou melhor.
É interessante, muita gente tem diários onde escrevem suas atividades cotidianas como forma de terapia. Meu intuito com esse blog foi mais ou menos esse mesmo, a diferença é que aqui eu posso receber comentários de outras pessoas tão ou mais confusas do que eu. Nunca escrevi aqui com muita constância e, inclusive, no ano de 2022, só escrevi aqui duas vezes. Interessante que até isso revela um pouco da minha vida. Nos anos que mais estive na pior, postei mais. Nos anos que estive numa melhor, que foram esses últimos dois, postei menos.
Relendo as postagens, posso dizer que, de fato, minha vida dos últimos nove anos está aqui. Boa parte das vezes que mais desejei morrer estão aqui, algumas das vezes que mais desejei viver também estão aqui e algumas ds vezes que eu não sabia o que queria também estão aqui. Vou até ver se o Blogger tem alguma maneira de salvar essas postagens, talvez daqui a nove anos eu comente mais alguma coisa sobre essa montanha-russa.
quarta-feira, 29 de março de 2023
Retrospectiva (atrasada) de 2022
Olhando as postagens passadas, me dei conta de que quebrei a tradição do balanço de coisas boas e ruins do anos passado. Então lá vai:
Coisas boas:
- Tive bem menos crises de ansiedade.
- Não fui demitido mesmo com uma onda de layoffs acontecendo pelo mundo.
- Continuei trabalhando home office (que não quero largar nunca mais).
- Me mudei, estou finalmente morando sozinho.
- Consegui inverter a situação e hoje eu que ajudo financeiramente meus pais.
- Me sinto uma pessoa mais completa. Creio que seja por conta da independência financeira, me sentia meio hunulhado por não conseguir viver sozinho.
Coisas ruins:
- Não tive nenhum aumento significativo de salário. Esperava pelo menos um pouco.
- Esperava encontrar uma medicação mais eficaz. Não foi dessa vez mas ainda assim está bem melhor.
- Estudei muito pouco.
- Foi o ano mais apático da minha vida.
quinta-feira, 23 de março de 2023
Crise das brabas
Uma pequena situação no trabalho e pronto, lá se vai semanas de estabilidade. Falta de ar, calafrios, adrenalina correndo na veia, é a crise de ansiedade novamente. Há algum tempo não tinha uma crise tão forte quanto essa, talvez uns quatro meses. Essa, porém, foi diferente.
Quando entro em crise, por algum motivo, algo que funciona pra mim é parar de tomar a medicação. Não sei explicar, mas a medicação em mim serve como uma tampa numa panela de pressão: quando a pressão está equilibrada, a tampa me ajuda a manter um nível suportável de pressão, porém, quando a pressão é demais, melhor tirar a tampa e deixar estravazar, tentar conter, infelizmente, é pior. Ainda preciso encontrar uma medicação que de fato me ajude em momentos como esse e que não sejam benzodiazepínicos (que nunca mais tomarei na minha vid, com certeza).
O fato é que dessa vez a minha estratégia não funcionou tão rápido como de costume e, mesmo após alguns dias, os sintomas continuaram em níveis muito altos. A falta de ar só parou agora pela manhã e acho que meu corpo está fadigado de tanta dor no peito e mais de 24 horas sem dormir. É sempre assim, eu sempre sou contido pelo meu cansaço.
Saber que ficarei bem melhor em 24 horas sempre me consolou após eu finalmente ter achado a medicação que funciona em mim há alguns anos. Na hora da crise sempre me desespero, repito para mim mesmo que nada nessa vida vale a pena, mas, o fato de saber que no dia seguinte, provavelmente, estarei com menos sintomas sempre faz com que eu seja paciente. Ter uma crise fudida dessas a cada quatro meses ainda é infinitamente melhor do que viver com isso. Preciso manter isso na cabeça, minha vida é muito mais suportável agora.
Agora estou comendo um açaí. Depois de passar 36 horas fudido, meu ritual de recuperação inclui me encher de comida boa. E é isso, o açaí é o meu prêmio e eu mereço.