quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A segunda melhor coisa do mundo

A primeira, com certeza, é dormir. A segunda, ficar bêbado. Digo ficar bêbado, pois só gosto disso mesmo, odeio o ato de beber em si. Odeio quase todas as bebidas alcoólicas com exceção de uma ou outra, o gosto do álcool não me agrada. Mas é só umas doses bem concentradas de álcool que pra mim tá quase tudo certo: ansiedade muito menor, pouca noção do que tá acontecendo, relaxamento e, se prolongar o momento, uma sensação muito boa.

Hoje, voltando da faculdade, vim decidido. Comprei duas garrafas de vinho barato e tô aqui olhando umas coisas. Já se foi meia garrafa e minha ansiedade já me deu uma trégua.

domingo, 2 de outubro de 2016

Insônia: um problema que não consigo mais ignorar

Há muitos anos sofro dessa porcaria chamada insônia, são muitas noites em claro sem nenhum pingo de descanso. Há alguns anos, tinha uns quatro ou cinco dias por mês sofrendo com isso, mas agora que simplesmente larguei os remédios, o problema se intensificou ao ponto de não conseguir mais ter uma noite tranquila.

Todos os dias é uma luta pra dormir. Vou pra cama e tento fingir que vou pegar no sono logo, mas não consigo. Fico horas me "debatendo" no colchão e nada, é muita ansiedade. Tenho tentado de tudo: chás, arrumar o que fazer durante o dia pra ficar cansado, exercícios físicos, diminuir a intensidade das luzes à noite, só deitar quando realmente quero dormir... mas parece que nada funciona. Chego facilmente a ver os dias amanhecendo e das duas uma: não sinto sono nenhum ou, às vezes, estou cansado, mas meu corpo se recusa a adormecer.

Como já falei aqui, parei com essa droga chamada Bromazepam, essa coisa que deveria ter tomado por um curto período de tempo mas acabei tomando altas doses por muitos meses. Continuo lutando pra viver sem ele mas tem sido muito difícil. Não sei não, me pego às 2h roendo minhas unhas todas as noites até sangrarem. Lembro de muitas vezes me queixar para mim mesmo de como me sentia por dentro e de falar aquelas velhas frases como "Preferia mil vezes uma dor física, é muito mais suportável". Agora me pego pensando o contrário, gostaria de estar fisicamente bem nesse momento, sem saúde física não consigo fazer nada. A falta de sono tem me prejudicado muito, não tenho energia pra nada, meus olhos doem muito, tenho sentido sensações estranhas como uma espécie de letargia repentina e alguns "espasmos" na minha cabeça, nem sem explicar essa reação. Além disso estou sempre com ânsia de vômito e com uma fome estranha, sinto vontade de comer toda hora. Porém, a pior coisa é sem dúvida a dor de cabeça, tenho isso quase todos os dias, tomo muitos comprimidos de Dorflex, muitos mesmo. Eu tenho enxaqueca diagnosticada há alguns anos mas fiz questão de ignorar o problema pois era extremamente resistente a qualquer tipo de tratamento, seja lá qual for.

Há alguns dias atrás resolvi ir novamente a um neurologista. Expliquei pra ele que durante os últimos meses tenho tido crises muito frequentes. Foi meio chato, tive que explicar essa coisa da medicação que estava tomando e ele só confirmou o óbvio: não é coincidência. Essa semana fui fazer um exame de eletroencefalograma (pra confirmar que a minha cabeça não funciona bem mesmo) e preciso voltar no neurologista pra ver o que ele diz. Desconfio que esse vai ser outro que vai me passar mais coisas pra tomar, que grande merda.

Tem horas que dá muita vontade de voltar a tomar o Bromazepam só pra poder dormir aquelas oito horas maravilhosas por dia. Aquela sensação de cansaço, de bocejar, de só querer se jogar na cama e realmente conseguir dormir, é muito bom. Acho que psicologicamente consegui superar o vício, até porque eu resisto e não vou atrás de mais desses comprimidos, mas fisicamente eu vejo que, mesmo após várias semanas, meu corpo ainda quer e muito.

Sei não, eu ando todo defeituoso. Não estou bem fisicamente e nem mentalmente, como posso ser tão azarado? Nessas horas a gente pensa cada coisa.