domingo, 23 de abril de 2017

Não acredito em casamento



"Casamento não dá certo". Na minha cabeça, essa é a regra e tem as exceções. E mesmo dentro dessas exceções, ainda desconfio muito.

Minha intenção não é ferir ninguém que está lendo isso aqui, até porque sei que isso deve ser coisa da minha cabeça como vou explicar mais adiante. Eu só quero tentar ser o mais honesto possível comigo mesmo, escrever sobre isso e, quem sabe, ler quem pensa involuntariamente coisa parecida ou mesmo que pensa o contrário.

Quando ouço alguém falar que é feliz dentro do casamento eu penso uma das quatro:

1ª) A pessoa é infeliz e quer manter a aparência. Pior do que ter uma vida conjugal de merda é as pessoas saberem que essa vida é uma merda.

2ª) A pessoa é infeliz, não liga tanto em manter as aparências, mas está tentando se enganar dizendo que está tudo bem e que a vida é assim mesmo. Parece que o destino de todo mundo é ter um relacionamento assim e é melhor aceitar quando isso acontece de ser uma desgraça; Fingir para si mesmo que tá tudo legal (ou mais ou menos) é muito melhor. Me vem na cabeça que é um jogo psicológico contra si próprio.

3ª) A pessoa está feliz, mas só está curtindo os primeiros meses ou anos juntos. Mal sabe ela que tudo vai acabar como a 1ª ou 2ª opção, especialmente quando os filhos chegarem. Algo que, aliás, já constatei ser a grande pólvora para explodir a paciência dos casais que nem sabem o porquê de terem se casado ou achavam que sabiam mas estavam enganados.

4ª) A pessoa é feliz e realmente aparenta naturalmente ser mesmo depois de tanto tempo.

Isso tudo vem só de observações minhas e exemplos que vejo, alguns mais pessoais, outros não. O fato é que 99% das vezes que olho pra cara de pessoas casadas não consigo sentir felicidade alguma. Geralmente, vejo muito tédio e aquela aceitação de que as coisas vão ser assim mesmo e é melhor engolir pois ninguém quer morrer sozinho.

Tenho poucas ocasiões sociais nas quais vejo pessoas casadas mas, quando vejo, me parecem pessoas infelizes com aquilo tudo ou, no mínimo, entediadas. Não consigo sentir nenhum tipo de alegria genuína, sinto no máximo um companheirismo que por vezes me parece que foi forçado por pressão social.

Outra coisa é aquilo que ouço em conversas por aí: tem pessoas, especialmente homens, que não fazem questão nenhuma de fingir que o casamento não os satisfaz.  Dia desses uma pessoa estava falando comigo (aparentemente sem motivo nenhum pois não pergunto nada sobre esse tipo de assunto) de suas aventuras extraconjugais, de como periodicamente traía sua mulher. Não consegui resistir e fiz a pergunta: "Mas porque você casou então?". E a resposta veio do jeito mais natural e espontâneo possível: "Pra não ficar só. O cara tem que ter uma pessoa".

"Mas, Skull, casamento nenhum é perfeito, é preciso entender isso". Não deve ser perfeito mesmo. Só que a coisa que mais vejo é casal brigando, falando grosso um com o outro, perdendo a paciência, fazendo até ironia. Se essa é a felicidade que demonstram em público quando "deveriam" manter as aparências, como será que é quando estão sozinhos? Só consigo pensar que é uma droga ou a tal felicidade que essas pessoas falam e dizem que têm é sexo certo todo dia. É involuntário, mas penso assim na maioria das vezes mesmo. Apesar de querer uma pessoa na minha vida, não quero acabar assim, mas acho que as chances de dar errado são altíssimas.

Como disse no início, isso deve ser coisa da minha cabeça. Pelo menos prefiro acreditar que é. Não tenho essa experiência então talvez tenha alguma coisa aí que não consigo captar nos outros. Ou, talvez, me baseie demais em exemplos ruins que vi e vejo.

Há alguns dias atrás estava sentado no ônibus e um casal de velhinhos entra. Eles passam pela catraca e vão pro fundo, os dois com sorrisos estampados na cara. Estavam rindo mesmo, fazendo piadas. De repente, os dois se abraçam, o senhor apoia a cabeça no ombro dela e pergunta num tom de interesse verdadeiro: "Vai fazer o que quando chegar em casa?". Fala como quem realmente quer saber e não como quem quer dizer "Mulher, vai ter o que pra comer hoje?". Ela responde fazendo graça e os dois não param de rir. Ficam assim até eu descer e, sem saberem, me deixam pensativo .

Escreveria uma bíblia sobre o que achei daquilo e como aquela situação contradizia tudo o que a minha cabeça pensa normalmente à respeito. Na verdade, escreveria outras coisas que não escrevi aqui, mas acho que já foi o suficiente por hora.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Pensando

- Desisti do estágio e continuo emocionalmente abalado por isso. Algumas questões ainda precisam ser resolvidas. Foi uma experiência ruim e não quero mais nada parecido com aquilo;

- Tenho medo de virar um inválido sem emprego e sem perspectiva. Estudo muito, não sei o que fazer com o que sei e tenho medo da maioria das situações;

- Preciso me aproximar das pessoas. Eu sei que gosto das pessoas, mas bloqueio 99% de contatos mais íntimos com elas. Meu negócio é falar um pouquinho com o pessoal da faculdade e recusar todos os convites para sair e fazer alguma coisa fora dela. Recuso todas as potenciais amizades mas sei que amigos são importantes. Tenho um medo extremo de intimidade;

- Definitivamente, preciso de mais alguém na minha vida;

- Testando mais remédios inúteis de novo. Já é o nono ou décimo, difícil contar.

- Fiz natação por um mês. Não se foi o ambiente que me deixou melhor ou se a coisa realmente ajuda os meus pulmões, mas senti uma melhora na minha falta de ar constante. Infelizmente, provavelmente, terei que parar pela situação financeira, mas nadar é bom. Gosto de qualquer coisa relacionada à água.