quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Continuando a tradição - Retrospectiva 2020

Há quanto tempo tenho feito isso? Uns cinco anos? Deve ser algo assim. Acabei de lembrar de não tinha feito isso para esse ano, acabei lendo a retrospectiva 2019 e fiquei com vontade de continuar a "tradição". É um momento que tento ser bastante honesto comigo mesmo.


Coisas boas

1 - Estou empregado. Após muitos anos de incertezas, fracassos e frustrações que até relatei nesse blog, finalmente sou um trabalhador com CLT. O trabalho não paga bem para o que faço, mas tudo bem. Para quem já tinha faculdade nas costas e não conseguia achar trabalho nenhum, não posso reclamar. O ambiente da empresa é bom mas a minha ansiedade ainda me atrapalha muito. Me angustia saber que tenho quase 30 anos, não tenho uma vida financeira estável e estou ganhando um salário que meninos de 20 anos estão ganhando no primeiro emprego, mas OK. Pelo menos esse peso de ser um "zé ninguém" diminuiu muito em 2020.

2 - Fala de ar constante continua controlada e isso agora fica reservado para os períodos de crise. Escitalopram e antipsicóticos são o caminho. Mais um ano com essa conquista!

3 - Meu emprego me dá um plano de saúde muito bom. Troquei de psiquiatra e essa nova profissional é ótima, muito diferente daquele outro incompetente que me enchia de bromazepam.

4 - Foi ano que mais beijei na minha vida apesar da quarentena. Infelizmente, só consigo encontrar pessoas na internet e através de aplicativos. Não sei os outros, mas, pra mim, isso evidencia uma falta de habilidade de conhecer pessoas "normalmente".

5 - Comprei peças novas pro meu computador. Nerds sem vida sabem o quanto isso é importante.


Coisas ruins

1 -É último ano dos meus "20 anos". Foi uma década muito decepcionante pra mim e isso me fez ficar bem triste ao longo do ano.

2 - Descobri que tenho sim competências de trabalho que posso explorar e que podem ser uma diferença competitiva. Isso me deu um pouco mais de confiança de que posso encontrar algo melhor. Não sou muito bom em matemática e todo mundo sabe que os melhores salários estão nessa área. Estou meio fudido profissionalmente, não tenho muita perspectiva de crescimento.

3 - Não consegui sair da casa dos meus pais.

4 - Por causa da pandemia e outro problema de saúde, parei de frequentar a academia. Devo ter engordado uns 10 quilos até agora.


domingo, 1 de novembro de 2020

Me entupindo de remédio para dormir

 Quetiapina e zolpidem. Uso pra dormir mesmo quando sei que vou conseguir no sono. Quanto mais rápido adormecer melhor. Se eu tenho uma chance de perder a consciência, prefiro fazer isso logo. 

sábado, 15 de agosto de 2020

Atualizações e pensamentos dessa vida desgraçada

1 - Se matar ou não? Se sim, qual a melhor forma?

2 - Tenho pensado em procurar um psiquiatra melhor. Na verdade, sempre penso nessa possibilidade, mas, devido ao preço alto desse profissional e o fato de eu ter que ir até lá me falar tudo o que já me acontece, sempre acabo desistindo da ideia. Além disso, tenho medo de que mudem minha medicação eme passem mais alguma coia que vai me deixar broxa.

3 - Há anos não estou mais nas redes sociais, mas, o WhatsApp ainda me atrapalha muito. Percebi que meus melhores dias acontecem quando fico longe do celular. Infelizmente, a empresa exige que eu use o app para me comunicar.

4 - Meu trabalho tem me colocado em situações que têm levado minha ansiedade às alturas. Por vezes chega a níveis tão críticos quanto as situações que costumava relatar aqui em 2014-2016. Fico com vontade de pular da janela do prédio.

5 - Ganhei um pequeno reajuste salarial, mas ainda não é suficiente para eu me sustentar.

6 - Eu não mais aceito grosserias com a minha pessoa. Se a situação não fará com que eu perca meu emprego, mando se fuder com todas as letras. Já fiz isso duas vezes nos últimos meses. Sem remorso. 

7 - Amizade comigo tem que preencher dois requisitos: ser homem e com mais de 40 anos. Me dou bem com esse grupo.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Desespero muito grande

Hoje, pela primeira vez em alguns anos, estou sentido uma grande vontade de chorar. Tenho me sentido muito motivado para me matar, até a dor de pular de um prédio tem sido irrelevante quando imagino meu suicídio.

Eu pensei bastante e cheguei à conclusão de que gostaria que houvesse uma outra vida. Queria que eu morresse e tivesse alguém pra estar lá comigo depois, me falar que sentiu cada dor que eu senti, que entendeu tudo desde o início e que já acabou, tá safe. Gostaria também que houvesse alguma recompensa por ter sofrido e ter me esforçado tanto. Ninguém vai poder dizer que eu não tentei muito, ninguém.

domingo, 14 de junho de 2020

Não sei o que fazer com esse blog

Acho que não tenho mais nada para falar e, mesmo que tivesse, acho que daqui para frente só terei situações pontuais que me causam sofrimento físico ou psicológico de alguma forma para descrever. Não acho que ninguém se interessa por isso e, além de tudo, não sinto vontade mais vontade de escrever sobre esse tipo de coisa. Acho que não funciono como algumas pessoas por aí, quer dizer, desabafar sobre as mesmas coisas não me ajuda, só drena minha energia.

Mesmo que haja curiosos para ler isso e insistam que gostem, como pude constatar na postagem na qual pergunto sobre o motivo de estarem aqui, acho que só estarei me repetindo. Ficarei num loop, contando situações diferentes mas que sempre têm a ver com as mesmas coisas.

Acho que já mostrei minha visão sobre muita coisa e também como minhas ideias mudaram: suicídio, relacionamentos, isolamento, sexo, raiva, alegria, aparência, vida, morte. Talvez poste alguma coisa se alguma dessas minhas convicções mudar. E é isso. Cansado e sem motivos para escrever.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Eterno estagiário



Como já relatei aqui, sempre fui um fracasso na área profissional. Tenho plena ciência de que há pessoas que até os 30 anos (ou até mais) nunca trabalharam na vida por diversos motivos, mas me considero um caso "especial" no mercado de trabalho. Sou formado em uma faculdade federal e estou terminando um segundo curso em uma faculdade particular. O negócio é que, até alguns meses atrás, as únicas coisas que eu havia conseguido foram um trabalho temporário, que durou cerca de 8 meses de contrato, e estágios... MUITOS estágios.

Somando todos os estágios que eu tive nesses dois cursos, fui "o estagiário" cinco vezes. Isso não é pouco, isso é muito! Para a boa parte dos estudantes, basta apenas um estágio para conseguir que as portas do mercado se abram um pouco mais mas, para mim, não foi assim, e foi pura incompetência e, claro, problemas de ansiedade e depressão. O fato é que, nessa década dos 20 anos, que para mim já está quase acabando, não tive um emprego fixo, não tive minha carteira assinada, não tive responsabilidades que deveria ter tido e que fariam minha auto-estima melhorar muito. Acho que isso contribuiu demais para o meu sentimento de inferioridade. Claro, quem não se sente inferior vendo fulano com 23 anos que já tem carro e mora longe da família enquanto você é um desempregado de 27 anos de idade, se iludindo que está aprendendo alguma coisa na faculdade?

Me sinto extremamente frustrado com minha entrada tardia no mercado de trabalho, passei boa parte dos últimos dez anos me sentindo um adolescente no meio de pessoas adultas. Meu caso foi atípico. Quando eu era mais novo, já sabendo que seria um fracasso em todos os outros aspectos da minha vida, me voltei para a área profissional, eu gostaria de ser bem sucedido nessa área para compensar o lixo que eu seria em outras. Me formei em uma faculdade federal, me envolvi em projetos, fiz um milhão de estágios, tive a oportunidade de passar um tempo fora do país, aprendi uma língua com proficiência, mas isso pouco me ajudou.

Pessoas disseram que eu não tive "vergonha na cara" pois, segundo elas, eu não queria trabalhar, mas como trabalhar se ao menor sinal de cobrança eu passava mal? Eu estudava pra caralho, estudava como um condenado, mas não suportava a pressão de um emprego. O resultado? Eu nunca passava em seleções de emprego, me expressava mal, não tinha jeito para isso... isso quando eu chegava a ir, várias vezes tive que desistir de participar do processo pois passava mal no ônibus à caminho. Isso só me complicava pois, quanto mais velho você fica e sem experiência, mais estranho isso soa para o empregador: "Como assim um cara de 27 anos que só teve estágios e um emprego temporário de oito meses? Tem algo errado aí". Isso me fez me sentir um lixão ainda maior. Também sempre fui um cara sozinho, nunca consegui nada que não fosse mandar currículo adoidado pela internet. Não tenho quem me indique e nunca terei.

Dinheiro eu também não tinha, sempre ganhei uma merreca, quase sempre menos de um salário mínimo. Foi muito difícil passar esses anos todos sendo um homem barbado sem uma fonte de renda, isso fez eu evitar muitas coisas pelo medo de ser julgado. Há alguns meses atrás consegui um emprego graças à uma dica de um colega de blogger, podem acessar o blog dele aqui, também é sobre lamúrias nessa vida. Agradeço muito à ele pela dica.

Enfim, essa postagem já está longa demais e chata. Depois volto pra contar como está a vida do estagiário que finalmente começou a trabalhar. Spoiler: tá um lixão.

sábado, 11 de abril de 2020

Isolamento social - COVID 19




Está sendo fácil. Estou há 17 dias em casa. Todos os funcionários da empresa foram liberados para home office e eu estou em casa desde então. Sim, estou finalmente trabalhando com carteira assinada, após longos anos de atividades que eram incertas e temporárias. Com certeza escreverei sobre todas as dificuldades do trabalho um dia, mas o assunto é COVID-19.

Creio mesmo aqueles que estão trabalhando de suas casas não estão há tanto tempo sem colocar os pés na rua. As pessoas precisam comprar comida, pagar as contas, ver outras pessoas nem que seja para coisas rápidas, o que são coisas que eu não preciso fazer no momento. Estou realmente há 17 dias sem sair, nem ver a calçada, boa parte desse tempo no meu computador, trabalhando ou vendo vídeos no Youtube.

Sempre tive uma relação estranha com essa coisa de ficar em casa. Sempre achei que permanecer em casa, sem fazer absolutamente nada, fosse sinônimo de fracasso total nessa vida e ainda acho pois sempre vou me comparar as pessoas felizes e que têm uma vida social perfeitamente normal. No entanto, não sair, não encontrar ninguém sempre foi minha forma de me proteger, de evitar me sentir um merda lá fora e tem sido assim há muito tempo com alguma melhora nos últimos tempos (para sexo casual para ser mais exato).

Por que não me sinto tão mal durante a quarentena? Por que, apesar de saber que nem todos os estão seguindo as recomendações com tanta determinação, sei que o comportamento de muitos mudou. Sei que, assim como eu, muitos estão em casa, muitos estão deixando de fazer o que gostariam e isso me conforta, me sinto menos só dessa forma, gosto de saber que há muitas pessoas nesse momento que estão se comportando exatamente como sempre fui: um eremita. Tá todo mundo em casa e, por isso, me sinto mais normal.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Por que vocês leem esse blog?



Se é que alguém além de meia dúzia de pessoas ainda lê isso. Por que reservam tempo procurando esse esgoto de pensamentos no Google? Eu realmente gostaria de saber de você que chegou aqui digitando "blog de um merda deprimido" ou "blog de um doido ansioso" ou algo assim no Google. Sério mesmo, na moral, me falem. É curiosidade, pra dar risada, pra tentar se identificar com essa merda, é pra se sentir menos merda porque tem gente mais na merda que você, é pra quê? Me falem por e-mail, me falem nos comentários, me falem onde vocês quiserem com toda sinceridade do mundo.

Esse blog é inútil, é um lixo, não acrescenta em nada na vida de vocês e acho que também não acrescenta muita coisa na minha. Essa é a verdade.

sábado, 11 de janeiro de 2020

O sentimento mais poderoso que existe



Não, não é o amor, é o ODIO.
Talvez seja só mais um reflexo de uma das minhas crises. Agora encontro-me enchendo a cara às 4h da manhã para tentar me controlar, procurando alguma coisa que me faça esquecer toda a raiva dentro de mim. É algo que já pensei bastante ao longo desses anos, mas hoje concluo que a raiva é a coisa mais poderosa que o ser humano pode nutrir. Ela faz você querer acabar com o mundo e qualquer um que cruze o seu caminho, faz você querer esmurrar a parede e só parar quando suas mãos sangrarem tanto que a dor seja tão insuportável que nem toda a sua adrenalina pode anestesiar. O ódio faz você dar um fim em tudo e e todos que te fazem ficar mal, incluindo você mesmo. Faz você não parar de pensar em voltar no tempo, só imaginando o exato momento no qual deveria estar matando outra pessoa de pancada para logo em seguida gritar pra todo mundo que o mundo é um lixo, você é um lixo e que você quer que tudo se foda. Eu realmente não conheço o amor, pois se isso é mais forte do que estou sentindo agora, é algo incompreensível para mim.

Só para esclarecer: uma pessoa que se diz "defensora da moral e dos bons costumes" disse que eu não presto por causa de determinadas posições que possuo e agora ela se comporta como uma hipócrita fazendo exatamente aquilo que condena. Disse que minhas opiniões políticas e sociais são um lixo porque não representam valores que ela considera corretos: respeito, religiosidade e lealdade. Disse que sou promíscuo, que não tenho caráter por não querer um relacionamento estável e que, por isso, ajudo a degenerar a sociedade apoiando, na cabeça dela, pessoas que "não ajudam a dignificar o Brasil". Essa pessoa tentou me humilhar de todas as formas e agora faz exatamente aquilo que apontou. O que vocês acham de uma pessoa que defende tanto os preceitos morais da sociedade brasileira e que, ao mesmo tempo, trai seu companheiro? Que tipo de moral tem essa pessoa? E o que ela merece depois de querer dar uma de santa, sendo, na verdade, uma hipócrita miserável do caralho?! Trair uma pessoa desse jeito é algo que não faço e nunca fiz. Poucas vezes havia sentido isso, mas hipocrisia de uma forma tão agressiva comigo me deixa extremamente raivoso. Já não basta o que tenho que gastar de remédio mesmo estando desempregado? Já não basta minhas idas e vinda da emergência? Eu ainda tenho que lidar com essa porra?? Eu odeio o mundo.