domingo, 31 de maio de 2015

Sobrevivência


Ontem eu estava navegando pela internet e me deparei com essa música da Emeli Sandé, é uma cantora britânica. A letra me chamou muita atenção, pois eu acho que fala exatamente de uma das coisas que mais me fazem ver o mundo de maneira ruim: o fato das pessoas serem capazes de fazer qualquer coisa mesmo que no fundo não queiram.

"Oh heaven, oh heaven
I wait with good intentions
But the day it always lasts too long"


Eu acredito que as pessoas querem ser boas de alguma maneira, mas nesse mundo que a gente vive isso é muito difícil. A maioria das pessoas só pensa em si para sobreviver e no final das contas parece que é assim que precisa ser. Quando eu paro para olhar as ações das pessoas só vejo individualismo e luta pela sobrevivência escancarada mesmo. Esse mundo não é para os bonzinhos. Talvez seja por isso que eu quase não tenho amigos, no final as pessoas sempre revelam suas verdadeiras faces, é difícil confiar.

sábado, 16 de maio de 2015

Telespectador da vida real

Constantemente sinto que não faço parte desse mundo. Tem alguma coisa erra comigo. É como se tudo que está acontecendo estivesse passando num filme e eu só consigo assistir, distante, como se tudo aquilo fosse de mentira ou não fosse pra mim. Não consigo me sentir parte disso tudo, na verdade eu gostaria muito de saber como a maioria das pessoas conseguem viver a vida delas sem perceber o quanto essa vida é ruim. Por que parece que só eu sinto esse mal-estar? Não me sinto em sincronia com o mundo. Às vezes me sinto até menos humano.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Remédios e emprego, só frustração

Já fazem duas semanas que tenho tomado anti depressivos. Na primeira semana achei os resultados fantásticos. Apesar de ainda ter meu sintomas físicos causados pela ansiedade que aparecem sem motivo algum, estava sentindo uma melhora. Quando tenho crises de ansiedade geralmente tenho suor frio (minhas mãos e pés ficam gelados) e fico muito confuso mentalmente. Porém, o pior sintoma e o que mais me incomodou durante esses anos todos sempre foi a minha falta de ar. Minha depressão, ansiedade e esse último sintoma sempre estiveram muito ligados, basta um pensamento ruim e por algumas razão meus pulmões começam a falhar. Diria que passo 30% do meu dia sentido esse sintoma em maior ou menor grau, eu já entrei em pânico por causa disso várias vezes.

Na primeira semana que comecei o tratamento com os remédios fiquei extremamente feliz com os resultados. Ao invés de passar várias horas por dia com esse sintoma, estava tendo uma crise todo os dias (geralmente pela manhã) e depois conseguia passar o dia normal. Achei incrível, fantástico, eu já tinha esquecido como era aquela sensação de bem-estar por um dia quase inteiro. Meus sintomas físicos e a minha tristeza sempre foram tão ligados que eu sinceramente achava que depressão era isso mesmo e que qualquer pessoa deprimida se sente daquela forma, hoje eu vejo que não é, é essa maldita ansiedade que sempre me fez isso. Acho que cada um sabe o que sente, mas depois que passei alguns dias relativamente bem acho que posso falar que poucas pessoas entenderiam como eu me sinto na maior parte do dia, pelo menos julgando por esses fóruns nos quais eu sempre postei. Esses sintomas me derrubam fisicamente mesmo, acho que teria uma qualidade de vida muito melhor se eles desaparecessem.

Pois bem, o início de tratamento me deixou muito animado, mas parece que tudo o que é bom dura pouco. Na primeira semana eu notava que os remédios meio que me sedavam um e, talvez por amenizarem os sintomas no meu corpo, me deixavam menos desesperado e aí eu não me sentia tão triste. Porém, conforme os dias foram passando, notei que não estava sentindo mais nada, esse semana voltou tudo como era antes e hoje tive mais uma crise forte devido a uma entrevista de emprego.

Já acordei extremamente ansioso, com a maldita falta de ar. No caminho para a empresa aí que tudo ficou pior, quase surtei, pensei em voltar pra casa, quase fiz isso. Nem preciso dizer que com aquela cara fui chutado da dinâmica de grupo logo na primeira parte. Foi só olhar pra cara dos outros candidatos e a desenvoltura com que eles falavam pra eu ficar com a cara no chão. Eu sempre me acho o pior de todos, mas já fazia muito tempo que não participava de uma seleção, só serviu pra me lembrar o quanto eu me odeio tanto profissionalmente (nem eu me contrataria) quando na minha vida pessoal. Acho que remédio nenhum vai conseguir me fazer esquecer disso por muito tempo.

Acho que cantei vitória cedo demais com essas pílulas. Vou falar com o meu psiquiatra na próxima consulta, espero sinceramente que ele me dê uma droga bem forte pois quanto menos eu esqueço que existo melhor eu fico.