domingo, 22 de outubro de 2017

Consegui o que queria. E agora?

Há quase um ano atrás, escrevi essa postagem aqui. Não lembrava qual tinha sido o título, mas sabia que havia escrito algo sobre isso em algum lugar. Falei de um efeito em particular dos benzodiazepínicos: a falta de memória. Na época, achei que seria algo passageiro e que desapareceria em pouco tempo.

O fato é que há mais de um ano ainda sofro com isso e sem nenhum sinal de melhora. Notei uma piora na minha capacidade de memorização e também um certo grau de dificuldade de reter novas informações.

Relendo minha antiga postagem, vi que cheguei a conclusão de que quanto menos me lembrava, melhor eu ficava. Então, aparentemente, em certa medida, é um resultado que alcancei. Até a minha data de nascimento já tive certa dificuldade de lembrar em uma determinada ocasião. E o que estou achando disso? A resposta é não sei.

Sem sombra de dúvidas essa dificuldade que minha cabeça tem tido para trazer lembranças nítidas do meu passado (recente ou longínquo) me ajuda a ter menos crises de ansiedade Até pouco tempo atrás eu poderia acordar no meio da noite pensando em algo que me foi dito há anos atrás, mesmo tendo sido algo trivial para a outra pessoa, mas que me marcou. Hoje isso tem acontecido? Bom, a verdade é que esse tipo de episódio desapareceu da minha vida. Continuo tendo crises muito fortes com acontecimentos de alguns instantes, horas ou alguns dias atrás. Porém, essas mesmas coisas não têm voltado para me incomodar depois de algumas semanas. Meu cérebro não parece ter a capacidade de me dar aquele sensação fulminante de alerta já que não se lembra muito bem de como aconteceu.

Como nem tudo são flores, há o lado negativo. Perco coisas importantes, tenho cometido muitos erros, não lembro de datas, estou sempre com a sensação de estar com algo na ponta da língua mas que nunca sai dela. Outra coisa que pode parecer muito exagerada para quem ler isso mas é verdade: perdi a noção do tempo, pelo menos desses últimos quatro ou cinco anos. Se me perguntarem o que estava fazendo em 2013, não vou lembrar de nada a não ser de algo geral como estar estudando. Parece que não consigo ter certeza de eventos específicos. O mesmo para 2014, 2015 e 2016, confundo ou não sei de coisas que uma pessoa normal talvez soubesse facilmente. Quer dizer, um espaço de um ano é tão grande, como não se sabe nada de mais específico do que ocorreu nele sem recorrer a anotações, papéis, etc?

Estou feliz com isso? Talvez. Às vezes acho que sim, às vezes, não. O fato é que esse tem sido o preço de algum conforto para a minha mente,