domingo, 31 de janeiro de 2016

Em busca da fuga

Ontem eu não aguentei, saí sozinho mesmo e bebi. Bebi muito, enchi a cara.
Só fui pra casa quando tinha certeza de que iria direto pra cama dormir ou, no mínimo, ficar pensando em nada por um bom tempo. "Que se dane essa merda de ansiolítico, continuo consciente de mim".

Tem horas que me dá uma sensação insuportável de ser eu.

Remédio + álcool = péssima escolha. Errei, errei mesmo e sei disso, mas tem que você só quer mesmo se destruir. Nunca consigo me sentir bom o suficiente.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A incerteza de estar bem



Queria escrever sobre isso pois estou me sentindo muito incomodado. Como já escrevi por aqui, alguns dias me sentindo relativamente bem é meu recorde e, mesmo assim, foram dias que passei meio que dopado e fora de um estado em que pudesse prestar atenção nas coisas. Ainda assim considero um bom período, sem crises grandes de ansiedade, sem falta de ar, sem muitos pensamentos negativos, só eu vivendo (mais ou menos) do que que deveria ser... e sem recorrer a nenhum tipo de bebida alcoólica para efeitos parecidos.

Fui a um novo psiquiatra há um tempo atrás que me receitou Bromazepam, ele quis começar tratando dos meus sintomas físicos da ansiedade. Não pesquisei muito sobre esse medicamento, na verdade, nem me interessou muito fazer isso, O fato é que há algumas horas percebi que bati meu recorde, me sentido sob controle. Estou meio que animado mas ao mesmo tempo com medo. Tenho medo de ser como das outras vezes quando os remédios me ajudaram durante uns dias mas depois me levaram a crises depressivas piores dos que tinha... efeito da desilusão. Na época achava que ia tomar essas coisas e ia ficar tudo bem, quando percebi que meu corpo sabia se acostumar com isso, achei que minha vida ia ficar refém dessa merda de depressão e ansiedade pra sempre. Será que vocês me entendem? É como viver no inferno por uns 10 anos, chegar no paraíso por uma semana e depois voltar a abraçar o Diabo. É frustrante, na época pensei muito em morte.

O fato é que esse ansiolítico tem me feito um bem danado esses dias e até me fez pensar. E CARALHO, o quanto ter uns momentos sem ansiedade batendo no peito faz a gente pensar melhor. Refleti sobre a vida, meus novos amigos, o trabalho que eu quero, minha família, como minha ansiedade e depressão são EXTREMAMENTE ligados. Ontem, pela primeira vez na vida, deitei na cama e fiquei olhando pro teto com uma angústia quase nula, sem raiva, melancolia ou aperto no peito. Era só eu, minha cama, meu ventilador e o teto. Um cara normal deitado na cama e olhando pro teto, que sensação deliciosa. Coisa retardada, né? Mas há anos não curtia um tédio puro e simples assim. Na verdade, pensei que gostaria de estar daquela forma pra sempre. Imagino se é que é assim que as pessoas sempre se sentem. Se sim, consigo entender como algumas delas conseguem se sentir tão felizes, não acho que precisaria de mais do que aquilo que estava sentido. Percebi que com a depressão eu sou suficiente forte pra lidar em dias normais, mas com a minha ansiedade eu receio que seja batalha perdida, eu sinto.

Então eu tô aqui pensando em duas coisas. Primeiro: até quando meu estado vai durar. Segundo: será que um dia vou saber o que é estar "normal"? Meus remédios têm efeitos colaterais muito ruins e pra usufruir dessa aparente melhora eu tenho que sofrer com eles. Será que um dia eu vivo sem eles? Espero que sim. A verdade é que não sei se estou bem ou se só acho que estou por ter esquecido como é a normalidade, se é que alguém me entende.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Mais um ano

 
Image courtesy of Stuart Miles at FreeDigitalPhotos.net


Coisas ruins de 2015

- Meus sintomas da ansiedade ficaram piores
- Descobri que meu corpo sabe ter ataques de pânico
- Meu tratamento com antidepressivos não funciona
- Minha psicoterapia não funciona
- Passei um ano inteiro desempregado e om medo de trabalhar desse jeito (virei uma vergonha pra família)
- Não realizei o que desejei em 2014
- Perdi cerca de mil reais fazendo aulas numa auto escola as quais não finalizei pois tive uma crise no volante (e não me sinto capaz de voltar)
- Durante 12 meses, me senti um lixo com pernas

 Coisas boas de 2015

- Fiz uns amigos (e ainda estou aprendendo a ter isso)
- Vi algumas pessoas que gosto realizando uns sonhos
- Continuei vivo


Ao menos resisti mais mais um ano.