sábado, 31 de dezembro de 2016

Mais um ano 2



Olhando o histórico de postagens, vi que fiz uma postagem dessas no ano passado então decidi fazer outra.

Coisas ruins de 2016

- Ansiedade. ansiedade e ansiedade
- Ansiedade, crises de ansiedade e ansiedade
- Mais ataques de pânico
- Muita falta de ar
- Vício em remédios, tentativa de parar com eles e aceitação de que não vou ter uma vida normal sem
- Continuei desempregado e morando com meus pais
- Terminei o ano me sentindo uma pessoa amarga, cheia de mágoas que sempre teimei em fingir que não existiam.


Coisas boas de 2016

- Consegui manter contato com pessoas que conheci no ano passado. Isso pra mim é muito.
- Comecei uma faculdade nova

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Não foi um bom ano, os últimos meses (especialmente dezembro) não foram bons. Essa última metade foi regada a muito mais álcool do que o habitual, não achei coincidência. Alguém me disse isso e eu concordo: sou (ou estou?) uma "pessoa de mal com a vida". Na maioria dos dias, eu já acordo com aquele sentimento de verme, ruim, sem razão pra acordar.

Daqui a alguns minutos já é 2017. Resisti mais um ano.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Reflexões antes do Natal

Não lembro se já falei especificamente do Natal aqui, também não quero olhar o histórico de postagens, acho que vou escrever sobre isso mesmo e não importa se é tópico batido. Mais uma vez tô aqui pra escrever coisas do momento, quero ir escrevendo qualquer coisa, então tanto faz.

Há algumas horas atrás fui pego outra vez de surpresa por uma situação que despertou meu pior sentimento: ódio de mim mesmo. Tento evitar, faço de tudo, fujo de situações, não falo com quem acho que não deveria falar, não olho o que acho que não deveria olhar, mas mesmo assim alguma coisa sempre aparece pra fazer minha cabeça me falar que eu não valho nada. Essa coisa me fez pensar em várias outras mas no final me fez pensar no Natal.

Essa época do ano... queria voltar a contar os meses e dias para o Natal. Gostava de andar de carro vendo as luzes e o clima das pessoas. Não era muito bom na minha casa, mas gostava do que via por aí e como as pessoas se comportavam. Era uma época de alívio até certo ponto da minha vida.

O que me deixa desapontado é que hoje só consigo pensar que "é mais um Natal" e penso isso com muito pesar no coração. Há anos tento me esconder dessa data, não quero mais saber de nada relacionado à isso, evito andar por aí pra não ver nada que remeta a esse dia e época. Me faz mal saber que não estou comemorando o final de um bom ano de novo. É óbvio que os anos e datas são só representações simbólicas de uma coisa que é só a nossa percepção: o tempo. Porém, colocando as coisas que me aconteceram durante o ano em ordem cronológica, vejo que há muitas lacunas, isso me desanima e o Natal, na minha cabeça, representa o ápice do fim desse ciclo. Acho que tem a ver também com o fato de sentir que a minha vida sempre foi uma perda de tempo e não sinto que nada de muito legal já chegou pra me preencher. Essa data me faz pensar sobre isso. Até tento não pensar nisso, mas isso tá em tudo: na TV, internet, em todas as esquinas da cidade cheias de gente decorando as casas e saindo pra comprar presentes...

Acho que meu contato com as pessoas é tão pouco que me causa medo, surpresa e até certa estranheza quando vejo muitas pessoas reunidas para comemorar uma coisa como essa. Sinto que isso não é pra mim, não pertenço, é quase como se não pudesse, é quase como se estivesse sendo falso comigo mesmo e tentando virar uma pessoa comum que o meu inconsciente teima em dizer que não posso. Eu gostaria, mas é como se não pudesse. No final do dia vou sempre lembrar de alguma risada ou coisa legal que fiz ou presenciei e minha cabeça vai dizer que fiz um papel ridículo querendo sem uma pessoa "normal". Só consigo pensar que isso é ódio a mim mesmo.

Eu não odeio o Natal. Por vezes me odeio e por isso não consigo aproveitar essa data. Amanhã vou ficar na minha, arranjar um jeito de ver o tempo passar, quem sabe ficar bêbado aqui no meu quarto.


domingo, 11 de dezembro de 2016

A dor da perda e a dor de nunca perder


Nas últimas semanas, por um comentário que ouvi em uma conversa e uma outra coisa com a qual me deparei, comecei a pensar novamente sobre essas duas dores diferentes: a de perder uma coisa e a de nunca ter tido coisa alguma.

Fico imaginando o que é pior. Aliás, nesses últimos dias nos quais estive pensando nisso com mais foco, acho que entendo a razão pela qual acho que as pessoas não me entenderiam se me abrisse para elas e por isso evito esse tipo de coisa. Acho que, ao contrário de grande parte das pessoas que sofrem com esses problemas e até das que leem essa porcaria de blog, não sinto que perdi alguma coisa e por isso estou do jeito que estou. É totalmente o contrário, sinto que nunca tive coisa alguma que me trouxesse alguma paz ou felicidade plena, e isso me chateia muito.

Não tive nenhum amor, nenhuma grande paixão, nenhuma grande meta cumprida e que eu realmente quisesse. Também não tive grandes memórias relacionadas a coisas que me faziam muito bem quando era mais novo, não tive nenhum apreço que me fizesse sentir importante para alguém de verdade, tão pouco tive meu apreço por outras pessoas retribuído durante quase toda a minha pouca vida. Então é assim, são 25 anos mas ainda esperando a vida "começar". E o tempo aos poucos vai passando e isso fica preso na gente... e daí que há dois anos atrás eu estava pensando a mesma coisa e há três e quatro anos atrás também. E a aí a gente acha que nunca vai chegar a nossa hora, não vamos nos apaixonar por nada, até porque não sabemos como é isso, não temos parâmetros, não dá pra pensar "como queria voltar para aquela época". Não teve "aquela época" e mesmo se teve não me lembro de ser tão boa.

O ponto é que a dor da perda deve ser ruim mesmo, especialmente se você perder algo que te trazia um bem-estar genuíno. Só acho que causa estranheza às pessoas quando alguém diz que sofre com o contrário. Me acho um ser tão incompleto por isso. Uma pessoa sem história, sem experiências, com pouca coisa por dentro.