sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pensando com lucidez em dias de tensão

Vincent van Gogh - A noite estrelada. Um dos meus quadros favoritos. Caos e calmaria, retrato das últimas semanas.

Hoje estou cansado, estudei o dia inteiro, mas foi o suficiente pra me deixar exausto. Esforço mental me dá muito sono e isso é bom. Minha adrenalina está mais baixa, aproveito pra fazer coisas que geralmente não poderia como vir escrever com mais lucidez.

Estou parando com alguns remédios, quero mesmo dar um fim nisso. Depois de duas crises de abstinência muito fortes causadas pelo Bromazepam, simplesmente não quero mais tomar isso. Me dá noites de sono muito boas, mas um dia sem esses comprimidos já me faz perder a cabeça, ou fazia. Estava ficando cada vez mais dependente, achei os efeitos da abstinência quase que insuportáveis, me senti quase que privado de sono. Passava uns dois dias sem dormir e no outro meu sono era tão leve que só descansava por algumas poucas horas (4 no máximo), só esperando, desesperadamente, conseguir mais caixas com o meu psiquiatra. Foram situações muito ruins, acho que a primeira crise de abstinência nunca vou esquecer, foram alguns dos piores dias da minha vida.

Comecei com uma retirada gradativa desse ansiolítico, logo vi que mesmo o retirando aos poucos as crises continuariam, tive que me esforçar. Essas semanas foram longas. Resolvi parar de tomar essas drogas malditas na minha vida, ainda acho que não deveria ter tomado isso por tanto tempo. Parei com o Bromazepam mesmo e não quero voltar. Continuo agora apenas com o Paxtrat e o Rivotril. Claro, tive crises nesses últimos dias. Claro, passei noites em claro, com a cabeça doendo e com os olhos ardendo, mas acho que valeram a pena, dormi alguns dias seguidos sem ajuda daquele remédio, fiquei feliz com isso, sinto uma sensação de mais liberdade. Poxa, já estava com uns 8 meses que só pegava no sono com isso, nem acredito.

Lembrando que não incentivo ninguém a parar com o tratamento que faz de modo repentino e também não estou fazendo "terrorismo" com o início ou eventual vontade de parar o tratamento medicamentoso. Acho bom conversar com seu médico primeiro, se ele for bom, vai te falar dos possíveis sintomas nas duas situações. Não sei, no meu caso, tanto começar quanto parar de tomar alguns remédios foram lutas, tive que me esforçar ou não daria continuidade e pararia nunca. Porém, confesso que gostaria muito de parar definitivamente com tudo o que tomo e me confortar de outra maneira, esse é o meu objetivo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Acho que a vida não pode ser tão ruim assim

Talvez já tenha feito postagem parecida com essa, nesses momentos nos quais estou me sentido OK, nem mal, nem bem, mas OK. Já faz exatamente um mês que não escrevo nada e, aliado a isso, por causa da medicação, minha memória está horrível (devo ter falado disso na postagem anterior), então não tenho certeza se já vim falar que viver, no final das contas, pode não ser tão ruim.

Tive dias ruins, péssimos e horríveis nos últimos 30 dias, mas tive uns dias bons também. Acho que coloquei tudo na balança e vi que não foi tão ruim assim, os momentos bons foram legais mesmo. Por quê não consigo mais momentos como esses? Não sei. Só sei que teve alguns dias nos quais me senti bem e continuei bem até o final, sem aquele sentimento repentino de inutilidade depois de uma alegria que pra mim é frequente.

Não sei se foi porque falei com as pessoas certas (ou elas que falaram comigo?) ou se fiz as coisas certas, não sei se foi a nova dose da minha medicação que estou me adaptando (esse é o meu maior medo), mas não foi um mês tão ruim não. Talvez tenha sido a soma disso tudo. Acho que se a maioria das pessoas se sente assim como eu estou me sentindo ago ou há alguns dias atrás quando estava ainda melhor, dá pra entender a tal alegria de viver ou a vontade insaciável de vida que algumas pessoas dizem que têm. Talvez ainda preciso subir um degrau acima pra ver como é isso, mas, por enquanto, tá OK. Se eu descer ou subir só um pouquinho e ficar desse jeito, vou ficar bem.

É isso aí, mais um mês.