domingo, 19 de outubro de 2014

Dia difícil

Como disse no meu post anterior, moro em uma república e nela sou visto como o "depressivo da casa". Não bastasse o fato de eu me sentir um peixe fora d'água como sempre, ainda teve que acontecer uma situação que me deixou muito para baixo. Acabei tendo uma leve discussão com um colega e, é claro, isso agravou o meu estado. Já não estava bem esses dias, pensando na minha vida miserável e como seria bom acabar logo com ela, mas aí apareceu isso só para eu me sentir a pior pessoa do mundo. Um dos meus sintomas de ansiedade é falta de ar, tenho muita quando estou passando ou estou prestes a passar por alguma coisa tensa. Fiquei a noite inteira sem conseguir dormir depois da briga, respirando mal e pensando que poderia ter engolido mais um sapo só para evitar aquela discussão. Pior que na hora, não quis argumentar muito, só queria terminar logo o bate-boca e acabei saindo por baixo mesmo sabendo que tinha certa razão.

Hoje logo cedo pedi desculpas para não me sentir tão mal, aliviou um pouco mas continuo mal por dentro. Como de costume, o "depressivo da casa", ao sentir o nível de estresse muito alto, foi dar uma caminhada pela cidade sozinho. Fui para um parque, dentei na grama, em uma área sem ninguém e fiquei olhando para o céu por umas duas horas. Me acalmou um pouco. O duro foi ter que voltar pra casa e ver a cara das pessoas de novo. Na verdade, eles são pessoas boas, o problema sou eu, sou esquisito demais, ando triste e todos notam, é meio desconfortável morar com pessoas que, mesmo você não contando, sabem que você tem um problema. Mais do que nunca, gostaria de me isolar do mundo, viver a minha vida sem saber o que está acontecendo ao meu redor e que ninguém soubesse do que se passa comigo. Estou cansado de ver que as pessoas olham nos meus olhos e sentem pena.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Auto-isolamento

Hoje passei por mais uma situação desagradável, na verdade estou passando. Moro em uma república, divido a casa com outros estudantes. Chamaram uns amigos e agora estão todos reunidos na sala conversando, socializando. Como de costume, vim para o quarto e vou ficar aqui até irem embora. O pessoal aqui já se acostumou com essas minhas atitudes, sabem que eu gosto mesmo é de me isolar. Aliás, todos com quem convivo acabam percebendo que faço isso sempre que posso. Não gosto de conversas sem propósito, não gosto de conversar só por conversar, sem ter assunto.

Na verdade eu não gosto de fazer amigos, tenho medo de fazê-los. Sempre que penso na ideia de que alguém vai criar alguma coisa mais intima comigo dou um passo para trás, isso me assusta. Quando as pessoas me conhecem mais a fundo acabam descobrindo que eu sou muito mais fracassado do que pareço. As pessoas fazem perguntas demais, querem saber da sua vida, dão opiniões, e quando essa pessoa se considera sua amiga isso se torna pior, parece que há um código que diz que essa pessoa precisa saber tudo o que acontece na sua vida e você precisa contar. Claro, eu odeio falar sobre qualquer coisa relacionada a mim, sempre que faço isso me sinto mal, o ódio que eu tenho de mim mesmo é grande. Fazer amigos para mim é como abrir uma porta para mostrar as minhas fraquezas. E digo isso porque sei como é, já tentei fazer mais amigos mas no final sempre acabo enfrenta essa situação de me sentir inferior aos outros porque não tenho nada para contar, minha vida é como uma folha em branco. Lembro que já sofri muito com isso, me sentia muito mal por não conseguir fazer amigos, mas hoje já me acostumei e, depois de pensar muito, cheguei a conclusão de que é melhor assim, as pessoas são muito falsas e isso já constatei de muitas maneiras, não há porque confiar nos outros. Eu não quero mais decepções.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Dia atípico

Hoje tive um dia meio fora do comum, não porque me senti feliz (nem cheguei perto disso), mas porque não me senti tão mal quanto me sinto na maior parte do tempo. Fui estudar, o professor trouxe tópicos interessantes e eu até consegui rir durante a aula. Quando a aula acabou, fui caminhando devagar para casa, tentando achar alguma graça nas coisas ao redor. Frequentemente tenho esse pensamento quando estou na rua: fico pensando o que as pessoas estão fazendo, com quem vão encontrar, porque estão tão apressadas. Todo mundo parece saber exatamente o que vai fazer na rua, nada ao redor parece importar muito pra elas porque parecem estar sempre indo para algum lugar muito interessante, enfim, a vida das pessoas parecem fazer sentido. Eu nunca tenho nada para fazer e, quando tenho, são atividades que não me dão prazer nenhum, só me desgastam, minha vida é vazia faz tempo. Quando eu estou rodeado de pessoas parece que essa sensação de vazio aumenta, acabo tentando entender porque a vida dos outros parecem completas e a minha não, às vezes eu acho que sei a resposta, às vezes acho que não. Mas tive um dia melhor do que o habitual, é quase meia-noite e geralmente à noite minhas emoções simplesmente desmoronam a ponto de me sentir um lixo, o que não está tão forte hoje. Queria mais dias assim, sem felicidade que eu acho que estou longe de alcançar, mas ao menos um pouco menos de sentimentos ruins.

Retribuindo um grande favor

Bom, como disse na primeira postagem, estou por aqui para também encontrar pessoas que têm problemas parecidos com os meus. Alguns dias antes de começar esse meu novo espaço acabei encontrando o blog do Felipe:

http://diariodadepressaovidacotidiana.blogspot.com.br/

Ele escreve um pouco do cotidiano da vida dele com essa maldita doença assim como eu. Agradecimentos ao Felipe por ter postado o meu blog no espaço dele. Por um lado é legal ver gente que passa por coisa parecida, sabe o que é tristeza. Por outro lado, esse estado não é bom, ninguém merece viver com isso para o resto da vida, então espero melhoras para nós dois e espero também que ele continue escrevendo. Há sempre uma alma sofredora para fazer companhia.

Abraço!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Começando novamente

Vou começar me apresentando.

Sou frequentador assíduo da internet, principalmente de fóruns que falam sobre depressão e assuntos relacionados. Já tive outro blog no qual relatava algumas das minhas angústias, mas acabei deletando. Também participei muito de comunidades do Orkut sobre depressão e timidez com esse mesmo avatar: "Skull". Com o fim do Orkut, decidi dar um tempo nas redes sociais mas senti a necessidade de dividir um pouco as coisas que acontecem comigo. Sofro de depressão desde os meus 15-16 anos. Hoje tenho 23, mas sem solução para o meu problema e cada vez mais me vejo em um beco sem saída. Aqui queria falar um pouco sobre como são os meus dias e, possivelmente, ver pessoas que têm problemas parecidos.