domingo, 2 de outubro de 2016

Insônia: um problema que não consigo mais ignorar

Há muitos anos sofro dessa porcaria chamada insônia, são muitas noites em claro sem nenhum pingo de descanso. Há alguns anos, tinha uns quatro ou cinco dias por mês sofrendo com isso, mas agora que simplesmente larguei os remédios, o problema se intensificou ao ponto de não conseguir mais ter uma noite tranquila.

Todos os dias é uma luta pra dormir. Vou pra cama e tento fingir que vou pegar no sono logo, mas não consigo. Fico horas me "debatendo" no colchão e nada, é muita ansiedade. Tenho tentado de tudo: chás, arrumar o que fazer durante o dia pra ficar cansado, exercícios físicos, diminuir a intensidade das luzes à noite, só deitar quando realmente quero dormir... mas parece que nada funciona. Chego facilmente a ver os dias amanhecendo e das duas uma: não sinto sono nenhum ou, às vezes, estou cansado, mas meu corpo se recusa a adormecer.

Como já falei aqui, parei com essa droga chamada Bromazepam, essa coisa que deveria ter tomado por um curto período de tempo mas acabei tomando altas doses por muitos meses. Continuo lutando pra viver sem ele mas tem sido muito difícil. Não sei não, me pego às 2h roendo minhas unhas todas as noites até sangrarem. Lembro de muitas vezes me queixar para mim mesmo de como me sentia por dentro e de falar aquelas velhas frases como "Preferia mil vezes uma dor física, é muito mais suportável". Agora me pego pensando o contrário, gostaria de estar fisicamente bem nesse momento, sem saúde física não consigo fazer nada. A falta de sono tem me prejudicado muito, não tenho energia pra nada, meus olhos doem muito, tenho sentido sensações estranhas como uma espécie de letargia repentina e alguns "espasmos" na minha cabeça, nem sem explicar essa reação. Além disso estou sempre com ânsia de vômito e com uma fome estranha, sinto vontade de comer toda hora. Porém, a pior coisa é sem dúvida a dor de cabeça, tenho isso quase todos os dias, tomo muitos comprimidos de Dorflex, muitos mesmo. Eu tenho enxaqueca diagnosticada há alguns anos mas fiz questão de ignorar o problema pois era extremamente resistente a qualquer tipo de tratamento, seja lá qual for.

Há alguns dias atrás resolvi ir novamente a um neurologista. Expliquei pra ele que durante os últimos meses tenho tido crises muito frequentes. Foi meio chato, tive que explicar essa coisa da medicação que estava tomando e ele só confirmou o óbvio: não é coincidência. Essa semana fui fazer um exame de eletroencefalograma (pra confirmar que a minha cabeça não funciona bem mesmo) e preciso voltar no neurologista pra ver o que ele diz. Desconfio que esse vai ser outro que vai me passar mais coisas pra tomar, que grande merda.

Tem horas que dá muita vontade de voltar a tomar o Bromazepam só pra poder dormir aquelas oito horas maravilhosas por dia. Aquela sensação de cansaço, de bocejar, de só querer se jogar na cama e realmente conseguir dormir, é muito bom. Acho que psicologicamente consegui superar o vício, até porque eu resisto e não vou atrás de mais desses comprimidos, mas fisicamente eu vejo que, mesmo após várias semanas, meu corpo ainda quer e muito.

Sei não, eu ando todo defeituoso. Não estou bem fisicamente e nem mentalmente, como posso ser tão azarado? Nessas horas a gente pensa cada coisa.

10 comentários:

  1. Oi...

    Entendi vc, passei por algo parecido outro dia qdo tentei suspender a medicação por conta propria e ja até relatei, minhas de ansiedade e angustia, coisas estranhas q eu sentia e ia p rua, perambular.

    Vc ja fez o tratamento até o fim? Com o psiquiatra acompanhando e depois tirando a medicação aos poucos, tudo bonitinho como dizem? É q acabo de iniciar um tratamento q me informaram q vai ser lindo e naravilhoso assim, espero sinceramente q seja assim.

    Vc estava se sentindo melhor nis ultimos dias, n se chateou, n se frustrou? Pq cmg isso acontece tbm qdo algo da errado.

    Tantos motivos ne?

    Quanto a enxaqueca fui diagnosticada há 16 anos e com o tempo foi controlada com vertix, mas com a depressão estava sentindo mtas dores? Dorflex, anador, tandrilax...nada disso resolvia tbm. Até chegar ai psiquiatra ha um mês e começar o tratamento, mas ja tentei ficar sem tomar por um dia e n consegui dormir. Descobri tbm o bruxismo, e o meu n é só noturno, é todo tempo pressionando os dentes ansiosa, causando dores d cabeça, face e região do pescoço e ombros.

    Fico lendo seus relatos e tanta coisa é em comum.

    Desejo sorte nos exames e na consulta com o neuro. E infelizmente estamos fadados a usar medicamentos seja p q for. Tenta. Conta p nós. Tive coragem de começar o meu tratamento encorajada por vc.

    Se cuida, fica bem!!

    Paz

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    1. Então, falei com o cara que queria parar de tomar aquilo pois estava ficando dependente e minha memória estava (e ainda está) muito ruim. Tentei parar aos poucos, mas mesmo assim foi difícil, estou sofrendo com essa retirada até agora.

      Espero que você tenha com você um bom profissional e que te oriente direitinho quando acharem que está na hora de parar. Pode ser sim que o seu tratamento seja "lindo e maravilhoso" e te ajude se você seguir tudo certo e receber informações corretas. Não sei, é que esse mundo de comprimidos envolve tanta coisa, desde os nossos hábitos até achar a medicação certa, aliás esse última coisa pode ser muito desgastante. De qualquer forma, acho importante ter uma pessoa que realmente se importe com você e o resultado das coisas que te dá, pois aparentemente nem todos estão muito aí pra nós.

      Pra você ver, comigo aconteceu a mesma coisa: um dia sem meus comprimidos e eu já tive crise de abstinência, pânico, falta ar...Cada caso deve ser um caso, no meu foi péssimo.

      Sobre a enxaqueca, agora que tentei largar essas drogas é que ficou pior. Você tem enxaqueca então sabe como dói. Trabalhar ou fazer qualquer coisa com essa dor é muito difícil.

      Abraço, Anai!

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  2. Ah e desconsidera por gentileza algumas trocas de letras...tentei corrigir algumas rs já estou ficando sobre o efeito do alprazolam.

    Abraços

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    1. Que nada, não ligo para erros ortográficos mesmo.

      Obrigado sempre por passar por aqui.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá Skull

    Passando p saber como vc está.

    Espero e desejo que esteja melhor que ontem, e que amanhã esteja melhor que hoje.
    Dá noticias!!

    Um abraço e boa madrugada!

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  5. Oi Skull, você sabe que eu já fui dependente de clonazepam, então eu sei um pouco o que você está passando. Muito ruim passar por isso, né? Eu também senti a dependência física. Havia momentos que eu chorava de dor porque a fibromialgia e a hérnia de disco que eu tenho pareciam ter aumentado em dor 100x. Alguns dias eu sentava e chorava pensando no porque meu psiquiatra não me passava uma receita outra vez!!! Eu tive insônia também, passava a noite pensando em histórias do passado, com a ansiedade a mil, dor de cabeça, e eu tive alucinações e delírios também (mas talvez por causa do meu transtorno). É muito complicado. O que me ajudou muito foram os exercícios de respiração, alimentação mais saudável e fazer mais exercícios físico intenso. Não tem jeito, esses tipos de remédios realmente causam dependência física, e essa dependência demora um pouco mais para passar. Força e desejo que você melhore! Abraços

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    1. Obrigado pelas palavras, Michele.
      Já vi que esse bendito clonazepam é outro que tira o sono de um monte de gente quando ficam um dia sem ele. Comigo o rivotril não funcionou em nada mesmo sendo aquele sublingual que, teoricamente, deveria agir no seu corpo em questão de minutos. Teve uma noite que entrei em desespero e coloquei logo uns quatro ou cinco na boca. Resultado: nada.

      Não lembro de ter lido isso nas suas postagens, mas você chegou a ser alertada sobre todos os efeitos colaterais, inclusive da retirada dessas coisas? É impressão minha ou a maioria dos profissionais simplesmente omite essas coisas? Não digo que rejeitaria qualquer tratamento, mas queria ter conhecimento disso antes com certeza. Você tinha ideia do vício que esses benzodiazepínicos poderiam causar?

      Sim, também tenho tentado mudar um pouco a minha rotina, fazendo exercícios em casa e caminhando, passada mais uma semana vejo alguma melhora mas ainda pareço um zumbi.

      Obrigado por passar aqui. Até!

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    2. Skull, já faz mais de um ano que eu parei de tomar o rivotril, não sei se ainda restaram postagens sobre isso, eu tive que apagar porque as pessoas são muito sem noção, ficam comentando coisas que não tem a ver com a postagem, coisas religiosas, e eu tive crises por causa disso, então acabei apagando em um impulso =/

      Não me falaram nada quando comecei a tomar, passei quase 2 anos com o medicamento, o problema era quando eu tinha crise, o impulso fazia eu tomar mais de 1 cartela, misturava com álcool, a minha sorte é que eu sempre fui muito resistente... Até eu encontrar esse meu último psiquiatra que me explicou que, na verdade, o rivotril triplicava a impulsividade e a agressividade, daí eu decidi parar com a ajuda dele. Eu não tinha ideia de nada antes dele.

      Espero que esteja melhor! Abraço!

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    3. Entendi. Poxa, já li muita coisa sobre o crescimento do uso do rivotril no Brasil. Tem muita gente tomando. Fico imaginando se tem como todas essas pessoas realmente precisarem dele, o número de pessoas recebendo isso é muito grande, muita gente dependente.

      Pois é, hoje eu tenho a visão um pouco diferente de certos psiquiatras. Tenho absoluta certeza de que alguns só querem te dar qualquer coisa mesmo para ganhar o dinheiro da consulta. Não é possível, já vi uns que nem olham pra sua cara e já vão te dando logo receita. Alguns também não conversam, não querem saber o que realmente se passa, parece que já têm um plano pronto pra todo mundo que aparece ali. No seu caso, talvez você não rejeitasse o tratamento, mas não é bem melhor quando a gente sabe o que pode vir a acontecer? Eu acho que sim, teria me preparado melhor, principalmente, pra retirada mesmo que gradativa.

      Essa questão do álcool como você falou é perigosa, que bom que você é resistente a isso. Mas veja só, até isso, uma recomendação tão básica, já vi psiquiatra que sequer citou. Acho que todo mundo deve ler a bula antes de tomar qualquer coisa, mas isso não quer dizer que o médico deve ficar calado e deixar o paciente entender tudo sozinho.

      Acho que fiquei meio revoltado com isso, pior que acho que boa parte disso é culpa minha mesmo.

      Sim, estou melhor. Obrigado. Abraço!

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