quarta-feira, 29 de março de 2023

Retrospectiva (atrasada) de 2022

 Olhando as postagens passadas, me dei conta de que quebrei a tradição do balanço de coisas boas e ruins do anos passado. Então lá vai:


Coisas boas:

- Tive bem menos crises de ansiedade.

- Não fui demitido mesmo com uma onda de layoffs acontecendo pelo mundo.

- Continuei trabalhando home office (que não quero largar nunca mais).

- Me mudei, estou finalmente morando sozinho.

- Consegui inverter a situação e hoje eu que ajudo financeiramente meus pais.

- Me sinto uma pessoa mais completa. Creio que seja por conta da independência financeira, me sentia meio hunulhado por não conseguir viver sozinho.


Coisas ruins:

- Não tive nenhum aumento significativo de salário. Esperava pelo menos um pouco.

- Esperava encontrar uma medicação mais eficaz. Não foi dessa vez mas ainda assim está bem melhor.

- Estudei muito pouco.

- Foi o ano mais apático da minha vida.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Crise das brabas

Uma pequena situação no trabalho e pronto, lá se vai semanas de estabilidade. Falta de ar, calafrios, adrenalina correndo na veia, é a crise de ansiedade novamente. Há algum tempo não tinha uma crise tão forte quanto essa, talvez uns quatro meses. Essa, porém, foi diferente.

Quando entro em crise, por algum motivo, algo que funciona pra mim é parar de tomar a medicação. Não sei explicar, mas a medicação em mim serve como uma tampa numa panela de pressão: quando a pressão está equilibrada, a tampa me ajuda a manter um nível suportável de pressão, porém, quando a pressão é demais, melhor tirar a tampa e deixar estravazar, tentar conter, infelizmente, é pior. Ainda preciso encontrar uma medicação que de fato me ajude em momentos como esse e que não sejam benzodiazepínicos (que nunca mais tomarei na minha vid, com certeza).

O fato é que dessa vez a minha estratégia não funcionou tão rápido como de costume e, mesmo após alguns dias, os sintomas continuaram em níveis muito altos. A falta de ar só parou agora pela manhã e acho que meu corpo está fadigado de tanta dor no peito e mais de 24 horas sem dormir. É sempre assim, eu sempre sou contido pelo meu cansaço.

Saber que ficarei bem melhor em 24 horas sempre me consolou após eu finalmente ter achado a medicação que funciona em mim há alguns anos. Na hora da crise sempre me desespero, repito para mim mesmo que nada nessa vida vale a pena, mas, o fato de saber que no dia seguinte, provavelmente, estarei com menos sintomas sempre faz com que eu seja paciente. Ter uma crise fudida dessas a cada quatro meses ainda é infinitamente melhor do que viver com isso. Preciso manter isso na cabeça, minha vida é muito mais suportável agora.

Agora estou comendo um açaí. Depois de passar 36 horas fudido, meu ritual de recuperação inclui me encher de comida boa. E é isso, o açaí é o meu prêmio e eu mereço.