segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Meu vício em jogos (ou meu mundo que não existe)



Super Nintendo - meu primeiro vídeo game
Acho que assim como eu muita gente é vidrado em alguma coisa. Depois de conversar com muita gente online parece que uma coisa muitos de nós perturbados com a nossa vida temos em comum: vícios. No meu caso esse vício sempre foi jogos eletrônicos.

Acho que todo mundo tem o seu escapismo e o meu sempre foi esse. Passei a minha infância e adolescência inteirinha jogando. Jogos online, offline, de estratégia, de tiro, casuais, mundos virtuais 3D, eu já joguei (e jogo) de tudo. Parece que quando eu estou jogando me esqueço um pouco do mundo aqui fora. Talvez quem não tem depressão ou algum tipo de problema não entenda, mas isso é muito reconfortante, principalmente porque em determinados jogos eu sou bom e essa ideia de ser bom em alguma coisa sempre me prendeu no video game já que na minha real eu me sinto um merda fracassado e inútil. Sempre me senti assim desde criança.

Acho que eu tinha uns 10 anos quando ganhei o meu primeiro video game: Um Super Nintendo. Acho que um foi época que o meu vício não me atrapalhou já que a internet não era popular. Eu ainda tinha amigos e sempre chamava todo mundo pra jogar em casa. Quando eu era criança não era tão tímido, então era uma coisa que mais reunia do que afastava, apesar de eu já ter começado a trocar conversas com os outros por horas jogando Zelda, Mario e Bomberman.

Depois eu tive um Playstation 1 e eu senti cada vez mais a minha vida social acabar. Depois de um tempo eu ganhei um Playstation 2, e a partir daí a minha vida social praticamente parou. Com uns 14-15 anos todos os meus colegas já faziam coisas diferentes das minhas que se resumiam a ficar em casa o dia todo jogando. Meninas, festas, curtição, etc, foram coisas que eu não conheci naquela época e nem queria saber. Paralelamente a isso, eu tive uma época difícil por volta dos 15, me odiava cada vez mais. Resultado? Tome horas e horas intermináveis jogando pra "afogar as mágoas". Na época eu não tinha essa consciência, mas sabia que era uma das únicas coisas que me dava prazer e que era fácil pra mim.

The Sims - passava horas e horas construindo a minha casa
Nem preciso dizer que o computador foi ficando cada vez mais popular e, é claro, eu encontrei mais jogos: Age of Empires, Counter Strike, The Sims e Roller Coaster eram só alguns dos que eu costumava jogar diariamente, além de jogos em Flash. Meio cansado de jogar sozinho e com o crescimento da internet eu fui procurar jogos mais "sociais".

Acabei achando um jogo chamado "Habbo" que era basicamente um chat online com alguns joguinhos. Hoje eu nem acredito que fiquei tanto tempo ali, mas eu achava interessante, era uma forma de conhecer pessoas sem precisar olhar pra cara delas e ser rejeitado. Naquela altura eu já não tinha muita habilidade pra conversar com as pessoas então eu achava ficar teclando o máximo, era muito mais fácil.
 
Alguns dos meus jogos do PS3
Os anos foram passando e eu fui cada vez mais me isolando das pessoas devido à depressão e os vídeo games ali como meu escapismo. E assim foi a minha vida toda até hoje. Continuo viciado em jogos online. Hoje tenho um Playstation 3 e jogo todos os dias até de madrugada, principalmente jogos de tiro em primeira pessoa como Battlefield. Acho que a minha situação só não é pior porque estou desempregado e não tenho dinheiro pra comprar mais jogos ou até um console novo, mas se tivesse grana o faria sem pensar duas vezes. Na verdade, acho que vai ser a primeira coisa que vou fazer se arranjar um emprego, simplesmente não consigo largar isso pois a maioria das atividades que eu tento fazer não me dão tanto prazer quanto ficar jogando.

Eu tenho plena convicção que perdi parte da minha vida e tudo o que eu não fiz quando era mais jovem se reflete hoje pois continuo sendo um solitário que passa todos os dias em casa. Porém, eu não tenho certeza se posso culpar especificamente vídeo games por isso. Será que se eu não tivesse passado tanto tempo em jogos a minha vida seria melhor? Às vezes acho que uma vida normal eu não teria mesmo então teria direcionado a minha depressão pra algum outro tipo de vício, quem sabe até pior tipo drogas ou álcool (aliás, álcool é outra coisa que acho que tenho tendências e acho que falarei sobre isso depois).

De qualquer forma, é muito decepcionante saber que apesar de jovem não vivi e não vivo nada pois não tenho ânimo nenhum e minha ansiedade não me deixa fazer merda nenhuma. Hoje a depressão está cada vez mais forte e parece que não vai acabar. É frustrante saber que a única coisa que te dá umas horas de prazer é um mundo que não existe.

2 comentários:

  1. Amo jogos quando era criança jogava mortal kombat e street fighter, ate o ano retrasado estava viciada em jogos de facebook como farmville, criminal case, suburbia, pearl´s peril, e um de matar zumbis que não me lembro o nome, mais minha perdição foi o mais idiota de todos stardoll sim é um jogo de meninas. Lá faço tudo que odeio na vida real como compras, maquiagem e decoração esqueço meu nome quando estou nesse meu mundinho gastei até dinheiro nisso por que lá sou quem eu quero ser linda, magra, rica, popular, amada, admirada. Também acho que o vicio em jogos é dos males o melhor.

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    1. Imagino que esses joguinhos mais simples podem ser ainda piores pois eles sempre incentivam a compra de outros itens dentro do jogo. E é bem como você falou, no jogo a gente acha que é mais legal que na vida real, é uma maneira de esquecer o que tá acontecendo aqui fora.

      Você já tentou parar de jogar? Eu nem cogito essa possibilidade, pois se eu parar de fazer isso não farei mais nada no resto do dia.

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