sábado, 11 de abril de 2020

Isolamento social - COVID 19




Está sendo fácil. Estou há 17 dias em casa. Todos os funcionários da empresa foram liberados para home office e eu estou em casa desde então. Sim, estou finalmente trabalhando com carteira assinada, após longos anos de atividades que eram incertas e temporárias. Com certeza escreverei sobre todas as dificuldades do trabalho um dia, mas o assunto é COVID-19.

Creio mesmo aqueles que estão trabalhando de suas casas não estão há tanto tempo sem colocar os pés na rua. As pessoas precisam comprar comida, pagar as contas, ver outras pessoas nem que seja para coisas rápidas, o que são coisas que eu não preciso fazer no momento. Estou realmente há 17 dias sem sair, nem ver a calçada, boa parte desse tempo no meu computador, trabalhando ou vendo vídeos no Youtube.

Sempre tive uma relação estranha com essa coisa de ficar em casa. Sempre achei que permanecer em casa, sem fazer absolutamente nada, fosse sinônimo de fracasso total nessa vida e ainda acho pois sempre vou me comparar as pessoas felizes e que têm uma vida social perfeitamente normal. No entanto, não sair, não encontrar ninguém sempre foi minha forma de me proteger, de evitar me sentir um merda lá fora e tem sido assim há muito tempo com alguma melhora nos últimos tempos (para sexo casual para ser mais exato).

Por que não me sinto tão mal durante a quarentena? Por que, apesar de saber que nem todos os estão seguindo as recomendações com tanta determinação, sei que o comportamento de muitos mudou. Sei que, assim como eu, muitos estão em casa, muitos estão deixando de fazer o que gostariam e isso me conforta, me sinto menos só dessa forma, gosto de saber que há muitas pessoas nesse momento que estão se comportando exatamente como sempre fui: um eremita. Tá todo mundo em casa e, por isso, me sinto mais normal.

4 comentários:

  1. Um eremita. Palavra assustadora que pode muito bem me descrever também.

    Eu até estava pensando em escrever sobre o isolamento, mas não se vou fazer. A minha vida praticamente não mudou muito.

    Mas parabéns, 17 dias sem ir nem na calçada é muito até pra mim.

    Eu por outro lado não gostei muito das "pessoas em casa" no isolamento. Elas estão tendo que eu sempre tive. E se elas gostarem o que vai sobrar pra mim?

    Vc precisa me dar umas aulas sobre saídas casuais.

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    1. 17 dias sem sair de casa deve ser demais pra você porque, com certeza, tu tem mais responsabilidades do que eu. Aqui, eu praticamente só ajudo com a parte financeiramente e deixo as outras pessoas fazerem os resto.

      Então, pra você arranjar saídas casuais com essa internet é fácil. Te digo uma coisa: quando se trata de sexo, tem muita por aí vai se contentar com o que vier. A maioria dessas pessoas são simplesmente viciadas em sexo e vão pegar qualquer um? Talvez, mas vai te dar sexo de graça sim.

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    2. Você não vai no supermercado ou na farmácia?

      O meu maior medo de saídas casuais é pegar doenças. Vai saber o que a outra pessoa andou fazendo por aí. E outra coisa: eu desconfio de tudo que vem fácil, fico imaginando que tem alguma pegadinha. E tem o fator fobia social, que já me atrapalha no dia-a-dia normalmante.

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    3. Não, não vou na farmácia e nem no supermercado não. Eu dou meu cartão de crédito pra o pessoal aqui e fazem as compras. Não dou limite de quanto podem gastar e, já que não saio para fazer compras, acho justo que gastem o quanto quiserem.

      Sim, a questão das doenças nesse tipo de saída é um risco real. Eu não sou um desses viciados em sexo que conhece gente no bate-papo da UOL e sai no dia seguinte (ou na mesma noite, o que acho um absurdo!), conheço o pessoal por aplicativo mas fico sujeito aos riscos sim. Mas é aquilo, né? Tudo tem seu preço. Se eu quiser sexo, vou ter que pagar com esse peso na consciência.
      Quando foi teu último relacionamento, hein?

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