sábado, 27 de maio de 2017

A felicidade que quero



Havia lido em livro que vi por aí uma dessas frases bem clichés sobre viver o agora, aproveitar o presente e deixar todo o resto pra lá, já que nem sabemos se amanhã estaremos aqui. Li isso de manhã, acho que meu inconsciente gravou e, com uma pequena situação de prazer, me senti muito bem.

Larguei da faculdade à noite e fiz meu caminho sozinho pra casa nessas ruas desertas. Coloco meus fones de ouvido como sempre faço (não dou a mínima se me assaltarem) e vou andando pelas ruas do bairro. Começa a chover e não tenho guarda-chuva. Nunca tive medo de chuva e meu celular estava relativamente protegido dela em uma capa dentro do meu bolso. Eu gosto da chuva e, normalmente, só não ando nela sem qualquer proteção por receio do que as outras pessoas vão pensar. Mas já estava perto das 22h, não havia praticamente ninguém lá fora, já estava todo mundo escondido em casa, talvez aproveitando as temperaturas amenas que têm feito. "Dane-se, vou assim mesmo", pensei.

A chuva vai caindo forte, eu vou me molhando, minhas músicas vão rolando e meus pensamentos vão maturando... "E se eu morrer amanhã?". Vem som e vai som e uma música em especial começa a tocar. Começo mexendo um pouco a boca já bastante distraído pelo som. "É, mas e se eu morrer amanhã?". Comecei a prestar mais atenção nos pingos de chuva caindo na minha cabeça, nos meus braços, escorrendo no meu rosto, são tão bons. Já estou todo encharcado e não dou a mínima.

Sinto que tudo o que fizer será abafado pelo som da chuva e mesmo o que não for, provavelmente, não será ouvido por ninguém. À essa altura eu pouco me importo, já estou cantando todas as músicas que tenho o prazer de escutar, aproveitando a sensação no meu corpo e uma plenitude que não lembro quando senti pela última vez, me vejo como uma criança de novo. Me sinto em paz, caminhando na chuva como se não houvesse amanhã e nem ontem, como se não houvesse celular pra proteger no bolso (pro inferno esse celular), era como se nada fosse me parar. Me senti digno daquela felicidade e, me conhecendo como me conheço, isso foi uma grande conquista. Digo, meus amigos, estava genuinamente feliz. Essa é a felicidade que quero para a minha vida.

Passada a euforia, só tenho a certeza de que a vida ainda vale a pena. Acho que queria amigos para serem meus pingos de chuva, alguém especial que nunca tive pra ser a minha música e um pouco mais de saúde mental pra perceber tudo isso. Pode ser que volte muitas vezes aqui pra reclamar dos meus desejos que nunca realizei. Não sei se lembrei ou se simplesmente descobri depois de tantos anos, mas que fique registrado que acho que já sei onde quero chegar.

24 comentários:

  1. fico feliz por vc skull, tb me sinto assim esses dias, mais contente e esperançosa com a vida , ainda existe muita coisa que eu quero realizar, muita vida para viver
    espero que consigamos nossa tão sonha felicidade e principalmente que saibamos como chegar lá

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    1. É bom continuar assim, Debora. Espero, de verdade, que consiga manter esses dias o máximo que puder.

      Não acho que seja possível ficar assim todos os dias das nossas vidas, mas creio que dá pra trabalharmos pra ter muitos dias e momentos bons.

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  2. Oi, Skull. Chuva também me faz bem. Que curioso, pensei em entrar no blog e descobri que tinha post novo, já li todos literalmente. Fico feliz de estar melhor! =) Não sabia que estava na faculdade de novo.

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  3. Obrigado por aparecer, Letícia.

    Sim, estou fazendo outra faculdade há mais ou menos um ano, devo ter mencionado de alguma maneira breve em outros posts passados, nem tenho certeza.

    Agradeço por dar sempre uma olhada aqui.
    Abraço.

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  4. Ah, Skull já entrei nos blogs que você deixa na barra ao lado e o que mais gostei foi o do Eduardo Franciskolwisk. Muito bom, pena que ele não escreva há algum tempo.

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    1. O blog do Eduardo Franciskolwisk é muito legal mesmo. Faz tempo que me faço a mesma pergunta que você: por que ele parou de escrever? Já faz um tempo que ali parou mesmo. O único contato dele é a conta no Google+, talvez até mande alguma coisa pra ele ali, vai que ele responde?

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    2. Sim, já pensei em escrever algo e enviar pela conta dele lá. Se você enviar uma mensagem e for respondido, me conta kkk

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    3. Ele acabou fazendo uma nova postagem! Dá uma olhada lá quando puder.

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    4. De nada!
      Espero que ele continue postando.

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    5. Meu Deus... quanta honra Letícia e Skull! Assim, fico sem jeito e acanhado. Mas no fundo no fundo fico um pouco bastante e imensamente feliz!

      Como minha defesa por não escrever tanto: falta de inspiração e trabalhar das 9 às 22 horas da noite.

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    6. Agradeço sua mensagem, que bom ter respondido! Está "perdoado"pela ausência rs mas não deixe de escrever =)

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Olá Skull, me identifiquei muito com as suas postagens, essa em especial. Talvez pelo fato de que sempre achei que eu fosse a única pessoa a me sentir assim. É como se as doenças emocionais me tirassem a capacidade de encontrar "vida" onde a maioria das pessoas encontra. A minha percepção é no frio, no vento gelado ardendo na pele, no silêncio das ruas nas manhãs de inverno em que eu costumo sair pra caminhar... Pra mim isso é tão bom... Me faz sentir livre, viva. Acho que é como o seu relato sobre a chuva.

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    1. Oi, Bibi. As poucas vezes que andei na chuva, no frio também me senti bem. Quero fazer mais vezes

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Oi, Bibi, que bom que você postou, muito obrigado por isso.

      Acho que você não é mesmo a mesma a sentir sensação parecida com essa. Acho que cada um tem seus "gatilhos" emocionais, que podem vir tanto de outras emoções quanto de sensações físicas. Na verdade, acho que as sensações físicas acabam por te dar um conforto psicológico também, então, no fundo, o verdadeiro bem-estar pra quem tem esse tipo de problema está na nossa cabeça.

      Se você sabe que o frio te dá uma sensação de bem-estar, talvez fosse o caso de tentar investir em situações que envolvem isso. Outras pessoas também podem gostar muito dos efeitos do sol, etc. Acho que, às vezes, a natureza simplesmente aparece pra nos lembrar de que ela por si só já é maravilhosa e temos que aproveitá-la. Vamos aproveitá-la então.

      Abraço.

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    4. É bom ter pessoas para compartilhar experiências Skull, e como eu disse anteriormente, aqui me identifiquei muito com as postagens e relatos dos seguidores também. Acho importante haver essas trocas de informações e saber que não estamos sozinhos nessa caminhada. Abraço.

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    5. Sim, com certeza, a melhor parte é saber que tem mais pessoas por aí passando por suas dificuldades e dando um jeito de dar a volta por cima. Me sinto bem quando alguém passa por aqui e me lembra de que o meu mundo não é o único que sofre com as porradas da vida. Obrigado mais uma vez.

      Abraço.

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  7. Sim Letícia, é uma sensação muito boa, intensa.

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  8. Uma lástima quando se procura textos assim é pq estamos no fundo do poço. Já não aguento mais pegar o carro e andar e andar pelas ruas até todos em casa dormir e eu não precisar ter que explicar algo que não consigo. Meu melhor momento do dia é dormir enquanto todos estão fora de casa.

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    1. Lembro de uma época quando ficava procurando coisas na internet que pudessem me "abraçar" de alguma forma. Por algum motivo, ficava tentando achar coisas que pudessem reforçar os meus sentimentos justamente pra não me sentir sozinho ou ter as coisas que achava na minha cabeça validadas.

      Hoje em dia, acho que não deveria ter feito isso, não sei se foi uma coisa muito saudável pra mim. Enfim, esse foi só o meu caso. Porém, tenho tentado mudar o foco da minha vida, inclusive desse blog. Quero ter uma visão mais otimista da vida e quero escrever sobre isso aqui.

      Não sei como anda sua vida, mas espero que fique melhor. Seja lá o que for, espero que consiga o apoio da família pra superar isso.

      Abraço e obrigado por passar aqui.

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  9. Eu espero que vc consiga manter esta felicidade para sempre!

    Faz tempo que eu não tomo chuva sem me preocupar em me molhar. Como era bom. Coisas que os adultos vão se esquecendo...

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